A Teologia Mística

Nesta obra dirigida a Timóteo, Dionísio Pseudo-Areopagita revela ao amigo o que é a Treva Divina (que se oculta numa treva de silencio) e como penetrá-la, mas adverte-o: “Presta atenção, que nenhum dos não iniciados te ouça falar disto”.

Esta obra é uma das mais profundas sobre mística e a primeira a forjar a expressão Teologia Mística. Esse pequeno tratado foi o responsável em fundar uma tradição de interpretes que manteve vivo o pensamento dionisíaco e sua divisão entre as teologias Negativa, Afirmativa, Simbólica e Mística até os dias atuais.

Esta foi uma das maiores contribuições de Dionísio, ao definir os três polos ou vias da teologia: a Teologia Afirmativa, a Teologia Negativa e a Teologia Simbólica, e do centro ou meta das três: a Teologia Mística. A Teologia Afirmativa (catafática) é a via do pensamento na qual afirma-se o que Deus é em seus atributos ou nomes; a Teologia Negativa (apofática) é a vida na qual se nega tudo o que põe limites à natureza divina; e a Teologia Simbólica, mediadora das duas primeiras, é aquela na qual se utilizam figuras, imagens ou símbolos, que são propostos apenas como representações dos mistérios divinos e da natureza divina. Segundo ele, essas três vias do pensamento para se chegar ao conhecimento de Deus devem ser articuladas para permitir que se chegue à Teologia Mística, que é a experiência direta da União com Deus, para além de toda afirmação, de toda negação e de toda representação.

Texto: Kleiton Fontes – Revisão: Américo Sommerman