O sussurro das estrelas

R$ 79,90

Autoria: Naguib Mahfuz
Tradução: Pedro Martins Criado

Dimensão (cm): 19,8 x 12,7 x 1,3
Peso (g): 200
Ano de Publicação: 2021
Número de Páginas: 112
Encadernação e Acabamento: Capa dura laminada com gofragem e pintura lateral. Inclui marcador
ISBN: 9786586398229

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Descrição

Enquanto fazia a pesquisa para escrever um livro sobre uma das obras de Naguib Mahfuz (1911-2006), o jornalista egípcio Muhammad Shoair frequentou a casa da filha do escritor, em busca de documentos. Durante a empreitada, ele conta ter encontrado uma caixa com dezenas de contos manuscritos, com a indicação “para publicar em 1994”. Após um levantamento, descobriu que, embora boa parte dos textos já tivesse saído em uma revista egípcia, havia dezoito inéditos.

Depois da análise, a filha do escritor, Umm Kulthum, decidiu publicar esses dezoito contos em livro, por uma editora libanesa. Foi Umm Kulthum quem escolheu o título da coletânea, emprestado de um dos contos: O sussurro das estrelas – um paralelo com a primeiríssima publicação do pai, a coletânea de contos O sussurro da loucura, de 1938. Com tradução direta do árabe, o volume traz uma introdução do britânico Roger Allen, o principal especialista ocidental na obra de Mahfuz.

Os contos que compõem O sussurro das estrelas apresentam, na análise de Allen, “uma nítida unidade de localização, propósito e estilo”. Todos se passam em uma típica viela egípcia (ḥara). É inevitável enxergar nessa localidade – tão recorrente em sua obra, sobretudo na famosa Trilogia do Cairo – uma aura da infância do autor em Gamaliya, bairro popular da capital egípcia. A descrição do lugar é propositalmente vaga, o que lhe confere um aspecto genérico e, à sua forma, universal; trata-se de um microcosmo exemplar, constituído mais por funções do que por estruturas materiais. A zawiya, o antigo forte, o abrigo e o café são locais dotados de valor social, e cada um cumpre um propósito na rotina da comunidade, bem como simboliza um valor. Da mesma maneira, há duas personagens recorrentes em quase todos os contos: o xeique da viela e o imã da zawiya, ambos arquétipos das autoridades comunitária e religiosa, respectivamente.

Os enredos em si não têm uma sequência específica, e os temas variam de uma história para outra. Contos como “Perseguição”, “Infortúnio” e “A vida é um jogo” retratam relações mediadas por instituições tradicionais, como o casamento, a maternidade e a paternidade, tomando como referência os indivíduos e o contato complexo entre sua natureza íntima e as expectativas da sociedade. “Tawhida” e “O forno” enfocam as diferenças internas da família e os impactos diversos que ela surte sobre seus membros ao longo do tempo. “O Filho da Viela” e “Shairrun” abordam a intervenção social e os embates entre a atuação individual e as forças da tradição. “A tempestade” e “Nabqa no antigo forte” são permeados pela metafísica, enfatizando a dimensão do “oculto” e sua capacidade de permear o contato das pessoas com a realidade objetiva. “Seu quinhão na vida” e “A profecia de Namla” exploram a ironia e o absurdo mahfuziano, voltando-se à incapacidade do poder institucional de amparar satisfatoriamente a vida humana.

Não se sabe por que esses textos, aparentemente deixados prontos e revisados, não foram publicados. Para Roger Allen, no entanto, não há dúvidas de que esses contos são “um reflexo de suas últimas expressões criativas envolvendo a função simbólica da hara, diferentemente de fases anteriores de sua longa carreira como escritor”. De certezas, apenas a gratificação pelo que considera como “um presente inesperado”.


Sobre a edição

O livro, que tem projeto gráfico de capa e ilustrações assinados por Laura Lotufo, tem encadernação em capa dura laminada com gofragem, pintura lateral e acompanha um marcador. A arte da capa foi inspirada em padrões geométricos e cromáticos encontrados na mesquita Alnasir Muhammad, no Cairo. Ao longo do livro, padrões geométricos de outras mesquitas ao redor do mundo servem de janela para as fotografias da vida cotidiana da cidade no início do século XX, em particular, das pessoas e das vielas que, como diz Roger Allen, são usadas por Mahfuz “como símbolo para apontar questões de significado mais universal”.

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